05 julho 2016

Janela - Meu primeiro Texto

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Considero este o meu primeiro texto, quando sentei para escrever algo meu e apenas meu. Apesar de ser inferior aos atuais, tenho um grande carinho por ele e espero que gostem ainda assim.

- Janela -

Era uma noite fria e melancólica. A tristeza, pairava sobre o ar, e todo resquício de felicidade que ali poderia existir, já não estava mais presente. A chuva, leve, batia na janela de vidros sujos e embaçados, percorrendo um percurso lento e calmo até o parapeito de concreto quebradiço.

Dentro do quarto, ele descansava sobre a cama. Estava parado, imóvel, mas sua mente não parava de girar dentro de um gigantesco túnel fantasma, repleto de monstros mentais vis e cruéis, incertos e chorosos, assim como o dia à sua volta. Não conseguia parar de pensar em seus erros, em seus pecados, eles pareciam ecoar em sua mente, infinitamente. Ecoando e ecoando, pesando cada vez mais sua instável consciência, fragilizada, destruída pela culpa e pelo remorso. Ela havia partido, partido sua alma, partido sua esperança, partido de sua vida, e levará com ela o que antes completava seu espectro, agora confuso e perdido entre vãos vazios e sem sentido.

Seus olhos lacrimejavam, estavam sujos e embaçados, assim como seu próprio ser, assim como sua própria janela. E sem ter a percepção de seus sentidos, gotas percorriam um percurso lento e calmo sobre seu rosto, agora arrasado e destruído, como um quebradiço pedaço de concreto. Tentava buscar a razão, as explicações, mas elas não existiam mais ali, talvez, quem sabe, elas nunca existiram. Se sentia confuso, perdido, mas talvez, ele nunca tenha de fato se encontrado neste mundo.

A dor parecia estar lentamente passando, a chuva, lá fora, diminuía seu ritmo, e foi tendo a percepção de seus sentidos que sentiu a cada segundo sua vida vermelha escorrer em seus braços, percorrer os seus dedos e cair sobre o chão de madeira livre. Oh, liberdade! Era uma noite fria e melancólica. A tristeza, pairava sobre o ar, e todo resquício de vitalidade que ali poderia existir, já não estava mais presente.

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