Chamas isso desamor?

Pois chamo de pudor

Seja gentil, amor

E faça-me o favor

Leve embora todo amor quimera

E despeja em uma tigela

Singela

A dança que te ofereci

Leve embora só o que te fez sorrir

E deixa todo o resto para trás

Me deixe para trás

Me esqueça

Cada

Vez

Mais

E lembre

Mesmo que tente

Irá fracassar

Porque sou a luz das estrelas mortas a percorrer milhas em teu cosmos

A ferrovia esquecida, mas sempre lembrada em fotografias

Perdão, amor

Não devia falar

Ousadia minha contar

Mas juro

Este poema já teve mais amor que aparenta

Quimera recitar

E talvez recite

Mas dessa vez

Apertando vossos corações

E eu

Cautelosa

Sussurraria

Para que não escutassem nada

Só mesmo a tua alma

Atrapalhada

Que desisti de entender

Quando me perdi nessa estrada.

— Thay B.